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EPILEPSIA

– A epilepsia é conhecida desde remotas eras, particularmente na Antigüidade clássica, quando se acreditava que Hércules fosse epiléptico, daí se derivando a designação de morbus hercules. É também sabido que as sacerdotisas experimentavam convulsões de caráter punitivo, dando origem ao morbus divinus. Por muito tempo acreditou-se na influência da Lua como desencadeadora de crises, facultando a denominação de morbus lunaticus e, por fim, entre outros nomes e causas, o morbus demoniacus, por suposição de que os pacientes eram possuídos por seres demoníacos. Nessa última classificação, incluímos os episódios mediúnicos-obsessivos, que certamente alguns psiquiatras e neurologistas não consideram legítimos. A história da epilepsia é longa e tem raízes profundas nas sutis engrenagens do Espírito [...]. O estudo dos efeitos e da sua psicogênese necessita avançar no rumo das estruturas originais do ser humano, a fim de serem detectados os fatores desencadeantes verdadeiros. [...] Abandonando a hipótese obsessiva, a Ciência Médica refere-se a epilepsias reflexas, por traumatismos cranianos, por tumorações no sistema nervoso central, endócrinas, tóxicas e emocionais... De acordo com as síndromes – conjunto de fatores etiológicos – que facultam o surgimento da forma sintomática, acredita-se naquela denominada essencial ou idiopática, que seria efeito de manifestações constitucionais, não obedecendo às gêneses estabelecidas, porém derivada de fatores hereditários. [...] A epilepsia não perturba a inteligência, podendo encontrar-se pacientes idiotas como intelectualizados. Lamentavelmente, como irrompe de surpresa, leva sua vítima a complexos de inferioridade, graças à insegurança em que vivem, não sabendo quando pode ocorrer um episódio ou crise. Esse caráter faculta-lhes reações inesperadas, mesmo em decorrência de acontecimentos de pequena monta. Tal crise pode ser precedida de uma aura psíquica, sensitiva, sensorial, motora, mediante pequeno tremor, visões, percepções de sons inexistentes, falsas sensações gustativas, olfativas, tácteis, cenestésicas... Alguns pacientes, às vezes, pressentem o ataque em razão de determinadas percepções... O epiléptico pode ser vítima de impulsos inesperados, que o levam a atitudes criminosas e até mesmo automutiladoras, qual ocorreu com Van Gogh, que decepou uma orelha depois de acirrada discussão com Gaugin. Há muitos outros fenômenos patológicos e criminosos que decorrem da epilepsia – desnecessário aqui serem apresentados.

Referência:
FRANCO, Divaldo P. Trilhas da libertação. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - O calvário de Adelaide

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