Doença mental |
[...] a consciência, desarmonizada consigo mesma, desarmonizará todo o ser, e de muitas formas. A mente enferma refletirá sua anormalidade sobre o perispírito, que é dirigido por ela, e este sobre o corpo carnal, que é escravo de ambos, através do sistema nervoso. E eis aí a doença mental com substrato orgânico vinculada a problemas espirituais, mas não propriamente a obsessão na sua feição comum. |
Referência: Recordações da mediunidade. Obra mediúnica orientada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes. 1a ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2004.. |
De um modo geral, porém, parece haver certa concordância com o fato de ser a doença mental o fruto da dissolução ou da imaturação, disgenesia ou desestruturação da totalidade do organismo, levando a um modo de vida regressivo. Assim, a patologia mental constitui uma tentativa de reorganização, por parte do indivíduo, a partir da massa de existência humana subsistente. A Doutrina Espírita vai além, ao estabelecer um componente teleológico para a doença mental, como um mal necessário, imposto por contingências cármicas, como será explicitado mais adiante. Contudo, não se deve cair no exagero de crer que tudo seja cármico. Além das vivências expiatórias, existem as provações e as missões. [...] [...] na obra do autor espiritual Emmanuel Pensamento e vida encontra-se a descrição do que ele denominou “abscessos mentais” (FEB, 1958). No capítulo 22, tem-se que “Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma”. E que “É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica”. [...] Desta maneira, o Espiritismo, além de corroborar a Psicopatologia, amplia os seus horizontes, ao revelar que algumas doenças mentais se prolongam após a morte do corpo físico, e que a etiologia de outras tantas está associada a processos de influenciação por parte de entidades espirituais, tais como obsessão simples, a fascinação e a subjugação. |
Referência: Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.. |
[...] Até mesmo as doenças mentais possuem uma finalidade e um propósito, embora quase impossíveis de serem encontrados. Isso devido ao fato de, na maioria das vezes, se constituírem em remédios amargos, que a lei de causa e efeito impõe às personalidades recalcitrantes, cujo comportamento extrapole os direitos e deveres ontológicos. [...] A Doutrina Espírita explica determinados casos de doenças mentais como sendo condicionados por fatores extrafísicos, ou espirituais. Tais doenças possuem uma etiopatogenia de fundo espiritual, básico, e apenas secundariamente a personalidade e o corpo físico são atingidos. Os fatores espirituais desencadeadores podem ser divididos em duas categorias distintas: intrínsecos e extrínsecos. [...] No livro citado de André Luiz [Evolução em dois mundos], tem-se a seguinte questão: “— Os Espíritos encarnados que sofreram desequilíbrio mental de alta expressão voltam imediatamente à lucidez espiritual após a desencarnação? R – Isso nunca sucede, porquanto a perturbação dilatada exige a convalescença indispensável, cuja duração naturalmente varia com o grau de evolução do enfermo em reajuste” (p. 209). Aqui se vê, claramente, que, para o Espiritismo, a doença mental tem uma finalidade de reajuste, isto é, conduzir a alma das sombras da ignorância, do erro ou do pecado, para a luz da sabedoria, da autoconsciência, do amor divino. Sim, porque Deus é o princípio e a finalidade de todo acontecimento físico ou psicológico, quer no mundo físico quer no mundo espiritual, segundo se vê pela revelação dos Espíritos. Assim, chega-se ao aspecto religioso do Espiritismo. |
Referência: Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.. |
Ver também
PSICOSCÓPIO |
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