O medo, que � uma constru��o mental do intelecto, apresenta-se com todo o s�quito de imagens cultivadas largamente e jamais enfrentadas, que se transformam em mecanismos tormentosos de pavor, sem favorecerem as energias capazes de super�-lo. Sendo resultado da ignor�ncia da realidade, consome valiosos recursos de for�as emocionais que poderiam ser canalizadas para o equil�brio e a coragem, facultando melhor compreens�o da oportunidade de desenvolvimento do ser integral. Vivenciado emocionalmente, somente quando desestruturado atrav�s da reflex�o e da medita��o profunda dilui-se, cedendo lugar a um estado de paz interior, que estimula ao cont�nuo avan�o e busca de experi�ncias iluminativas. Toda a corte que o segue, formando os estados de terror decorrentes das perdas: do trabalho, do afeto, da fam�lia, da sa�de, do dinheiro, da trai��o e da morte, desfaz-se como neblina ante o sol da realidade espiritual que se �, em detrimento da apar�ncia org�nica em que se encontra. Somente atrav�s de uma an�lise bem direcionada � que se pode compreender que o medo n�o tem sentido, mas exerce terr�vel press�o sobre o indiv�duo, conduzindo-o, em determinadas situa��es, a estados parox�sticos e alucinantes. Tem-se medo pelo que se ignora, especialmente se a tradi��o o envolveu nos mitos que remanescem no inconsciente, tomando forma de fantasma destruidor, sempre em busca de mais recentes v�timas para devor�-las. A sua psicologia aturde a organiza��o fisiol�gica, que dispara horm�nios e neuropept�deos na corrente sang��nea, invadindo todo o corpo que lhe cede � presen�a transformadora. O medo desencadeia a viol�ncia que jaz adormecida como heran�a animal, aguardando o ensejo de desvelar-se e agredir, mesmo que gerando mecanismos autodestrutivos tamb�m naquele que se faz rebelde ou agressor. Criado pelo intelecto, sim, porquanto a crian�a, que ainda n�o foi intimidada, n�o havendo constru�do imagens mentais afligentes, n�o tem medo. Quando os adultos lhe apresentam as id�ias afligentes, desenhando-lhe nos pain�is mentais os clich�s que caracterizam o medo, ei-lo que se lhe instala. Pode-se considerar esse sentimento como fundamental, no que concerne a impedir o desenvolvimento espiritual do ser, porquanto � diluente de muitos valores que estimulam o crescimento interior.
Referência:
FRANCO, Divaldo P. Imperman�ncia e imortalidade. Pelo Esp�rito Carlos Torres Pastorino. 4a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - Impedimentos � ilumina��o
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