Afeição
Dissertações Espíritas
AOS MEMBROS DA SOCIEDADE DE PARIS QUE PARTEM PARA A RÚSSIA

(Sociedade Espírita de Paris, abril de 1862 – Médium: Sr. E. Vézy)

Nota – Várias personagens russas de distinção vieram passar o inverno em Paris, principalmente visando completar sua instrução espírita e, com esse objetivo, fizeram-se membros da Sociedade, a fim de poderem assistir às sessões. Alguns já tinham partido, como o príncipe Dimitry G...; outros estavam em véspera de partida. Foi essa circunstância que motivou a seguinte comunicação espontânea:

“Ide e ensinai, disse o Senhor. É a vós, filhos da grande família que se forma, que me dirijo esta noite. Regressais à vossa pátria e às vossas famílias. No lar não esqueçais que um outro pai,o Pai celeste, quis comunicar-se e se vos dar a conhecer. Ide; que a semente sempre esteja pronta para ser lançada nos sulcos que abrireis nessa terra, cujas rochas de suas entranhas não são suficientes para impedir a ação do arado. Vossa pátria está fadada a tornar-se grande e forte, não só pela literatura, pela Ciência, pelo gênio e pelo número, mas ainda por seu amor e devotamento ao Criador de todas as coisas. Que, pois, a vossa caridade se torne generosa e poderosa. Não temais espalhar a mancheias em vosso derredor; sabei que a caridade não se faz somente com a esmola, mas, também, com o coração!... O coração – eis a grande fonte do bem, a fonte dos eflúvios que se devem espalhar e aquecer a vida dos que sofrem ao redor de vós!... Ide e pregai o Evangelho, novos apóstolos do Cristo. Deus vos colocou em alta posição no mundo a fim de que todos vos possam ver e bem compreender as vossas palavras. Mas é sempre olhando o Céu e a Terra, isto é, Deus e a Humanidade, que alcançareis o grande objetivo que vos propondes atingir e para o qual nós vos ajudamos. O campo é vasto. Ide, pois, e semeai, para que em breve possamos fazer a colheita.

“Podeis anunciar por toda parte que o grande reino logo chegará, reino de felicidade e de alegria para quantos tiverem querido crer e amar, pois dele participarão.

“Recebei, pois, antes de partir, o último conselho que vos damos sob este belo céu que todos amam – o céu da França! Recebei o último adeus dos amigos que vos ajudarão ainda na rude senda que lá ides percorrer; entretanto, nossas mãos invisíveis volo tornarão mais fácil e, se tiverdes perseverança, vontade e coragem, vereis os obstáculos ruírem à vossa frente.

“Quando ouvirem sair de vossas bocas estas palavras: ‘Todos os homens são irmãos e se devem apoiar mutuamente para marchar’, quanta admiração e quantas exclamações! Sorrirão quando virem que professais tal doutrina e dirão, baixinho: ‘Dizem belas e grandes coisas; mas não serão balizas, que indicam os caminhos sem os percorrer?’

“Mostrai; mostrai-lhes então que o espírita, esse novo apóstolo do Cristo, não está no meio do caminho para indicar o atalho, mas que se arma do machado e do cutelo, precipitando-se em meio às mais sombrias e obscuras florestas para abrir uma passagem e desviar as sarças dos passos dos que os seguem. Sim,os novos discípulos do Cristo devem ser vigorosos, marchar com passo firme e a mão pesada. Nada de barreiras à sua frente. Todas devem cair sob seus esforços e sob seus golpes; as densas florestas, as lianas e os espinheiros quebrar-se-ão para, finalmente, deixarem ver um pouco do céu!

“Então, aí estará o consolo e a felicidade. Que recompensa para vós! Os Espíritos bem-aventurados exclamarão: ‘Bravo! bravo!’ Filhos, logo sereis dos nossos e em breve vos chamaremos nossos irmãos, porquanto soubestes desempenhar a tarefa que voluntariamente vos impusestes! Deus recompensa generosamente aquele que quer trabalhar na sua vinha; dá a colheita a todos os que contribuem para o grande labor!

“Ide, pois, em paz. Ide: nós vós abençoamos. Que esta bênção vos dê felicidade e vos encha de coragem. Não esqueçais nenhum dos vossos irmãos da grande sociedade da França; todos fazem votos por vós e por vossa pátria, que o Espiritismo tornará poderosa e forte. Ide! os Espíritos bons vos assistem!”

Santo Agostinho

RELAÇÕES SIMPÁTICAS ENTRE VIVOS E MORTOS

(Sociedade Espírita de Argel – Médium: Sr. B...)

Por que, em nossas conversas com os Espíritos das pessoas que nos foram muito queridas, sentimos um embaraço, uma frieza mesmo, que jamais teríamos sentido quando elas eram vivas?
Resp. – Porque sois materiais e nós não mais o somos. Vou fazer uma comparação que, como todas as comparações, não será absolutamente exata; contudo, o será bastante para o que quero dizer.

Suponho que experimentes por uma mulher uma dessas paixões que só os romancistas imaginam entre vós e que considerais exageradas, enquanto para nós parecem pouco diferir,pelo menos das que conhecemos na vastidão infinita.

Continuo supondo. Depois de ter tido, por algum tempo, a felicidade inefável de falar diariamente com essa mulher e de a contemplar tanto quanto possível, uma circunstância qualquer faz com que não mais a possas ver e que deves contentar-te apenas em ouvi-la. Crês que teu amor resistiria sem nenhuma brecha a uma situação desse gênero, prolongada indefinidamente? Confessa que ele sofreria alguma modificação, ou aquilo que chamaríamos uma diminuição.

Vamos mais longe. Não só não poderás mais ver esta bela amiga, mas nem mesmo poderás ouvi-la. Não deixam que te aproximes dela. Prolonga essa situação durante alguns anos e vê o que acontecerá.

Agora, mais um passo. A mulher que amas está morta; há muito tempo encontra-se sepultada nas trevas do sepulcro. Nova mudança em ti. Não quero dizer que a paixão esteja morta com o seu objeto, mas sustento que, pelo menos, transformou-se. E de tal modo que, se por um favor celeste, a mulher que tanto lamentas e por quem sempre choras viesse apresentar-se à tua frente, não na odiosa realidade do esqueleto que repousa no cemitério, mas sob a forma que amavas e adoravas até o êxtase, estás bem seguro de que o primeiro efeito da aparição imprevista não seria um sentimento de profundo terror?

Como vês, meu amigo, as paixões, as afeições vivas não são possíveis em toda a sua plenitude senão entre pessoas da mesma natureza, entre mundanos e mundanos, entre Espíritos e Espíritos. Com isto não pretendo dizer que toda afeição deva apagar-se com a morte, mas que muda de natureza e toma outro caráter. Numa palavra, quero dizer que em vossa Terra conservais uma boa lembrança daqueles a quem amastes, mas que a matéria,no meio da qual viveis, só vos permite compreender e praticar amores materiais; que, sendo tal gênero necessariamente impossível entre vós e nós, sois tão desajeitados e frios nas vossas relações conosco. Se queres convencer-te, relê algumas conversas espíritas entre parentes, amigos ou conhecidos; nelas encontrarás tanto gelo que fará com que os habitantes dos pólos sintam frio.31

Não o queremos, nem nos entristecemos por isso, desde que sejamos suficientemente elevados na hierarquia dos Espíritos para perceber e compreender; mas, naturalmente, isto não deixa de ter alguma influência sobre a nossa maneira de ser para convosco.

31 N. do T.: Ora o Espírito emprega a segunda pessoa do singular, ora a segunda do plural.

Lembra-te da história de Hanifa que, podendo entrar em comunicação com a filha querida, que tanto pranteava, faz-lhe esta primeira pergunta: Há um tesouro oculto nesta casa? Só obteve como resposta uma bela mistificação, que ela mesma provocou!

Penso, meu amigo, ter dito o bastante para que bem sintas a causa do mal-estar que necessariamente existe entre vós e nós. Poderia ter dito mais. Por exemplo, que vemos todas as vossas imperfeições e impurezas do corpo e da alma e que, do vosso lado, tendes a consciência de que o vemos. Confessa que é embaraçoso para ambos os lados. Coloca dois amantes apaixonadíssimos nessa caixa de vidro onde tudo aparece, tanto no moral como no físico e pergunta a ti mesmo o que acontecerá.

Quanto a nós, animados por um sentimento de caridade que não podeis compreender, somos, em relação a vós,
como a boa mãe, a quem as enfermidades e as traquinadas do filho chorão que lhe tira o sono não a fazem esquecer, nem mesmo por
um instante, os sublimes instintos da maternidade. Nós vos vemos fracos, feios, maus e, contudo, vos amamos, porque nos
esforçamos por melhorar-vos. Mas não nos fazeis justiça,temendo-nos mais do que nos amando.

Désiré Léglise
Poeta argelino, morto em 1851

AS DUAS LÁGRIMAS

(Sociedade Espírita de Lyon – Médium: Sra. Bouilland)

Um Espírito viu-se forçado a deixar a Terra, que não pudera visitar, porque procedia de uma região muito inferior; mas tinha pedido para sofrer uma prova e Deus não lha recusara. Infelizmente, a esperança que acalentava ao entrar no mundo terrestre não se tinha realizado e, havendo triunfado sua natureza bruta, cada um dos seus dias foi marcado pelos mais hediondos crimes. Durante muito tempo, todos os Espíritos guardiães dos homens haviam tentado desviá-lo do atalho que seguia, mas,extenuados, haviam abandonado o infeliz a si mesmo, quase temerosos de seu contato. Entretanto, tudo tem um fim; mais cedo ou mais tarde se descobre o crime e a justiça repressiva dos homens impõe ao culpado a pena de talião. Desta vez não foi cabeça por cabeça: foi cabeça por cem; e ontem esse Espírito, depois de ter ficado meio século na Terra, ia retornar ao espaço para ser julgado pelo Juiz Supremo, que pesa as faltas muito mais inexoravelmente do que o faríeis vós mesmos.

Em vão os Espíritos guardiães tinham voltado com a condenação e tentado introduzir o arrependimento nessa alma rebelde; em vão tinham impelido para junto dele toda a família: cada um desejaria arrancar-lhe um suspiro de pesar ou, pelo menos,um sinal; aproximava-se o momento fatal e nada abrandava essa natureza inflexível e, por assim dizer, bestial. No entanto, um único pesar, antes de deixar a vida, poderia ter suavizado o sofrimento do infeliz, condenado pelos homens a perder a vida, e por Deus a incessantes remorsos, horrível tortura, semelhante ao abutre a roer o coração que renasce sem cessar.

Enquanto os Espíritos trabalhavam sem descanso para nele fazer brotar ao menos o pensamento do arrependimento, um outro Espírito, Espírito encantador, dotado de uma sensibilidade e de uma ternura sublimes, adejava em redor de uma cabeça muito querida, cabeça ainda viva, e lhe dizia: “Pensa nesse infeliz que vai morrer; fala-me dele.” Quando a caridade é simpática, quando dois Espíritos se entendem e não fazem mais que um, o pensamento como que é elétrico. Logo o Espírito encarnado disse a esse mensageiro do amor: “Meu filho, esforça-te por inspirar um pouco de remorso a esse miserável que vai morrer; vai, consola-o!” E assim pensando, compreendendo tudo que o desventurado criminoso ia ter de suportar em sofrimentos para sua expiação, uma lágrima furtiva escapou dos olhos daquele que sozinho, nessa hora matinal, despertava pensando naquele ser impuro, que dentro de instantes deveria prestar contas. O afável mensageiro recolheu essa lágrima benfazeja na concha de sua delicada mão e, em vôo rápido, a levou ao tabernáculo que encerra tais relíquias e assim fez a sua prece: “Senhor, um ímpio vai morrer; vós o condenastes, mas dissestes: ‘Eu perdôo ao remorso e concedo a indulgência ao arrependimento.’ Eis uma lágrima de verdadeira caridade, que atravessou do coração aos olhos do ser que mais amo no mundo. Eu vos trago esta lágrima: é o resgate do sofrimento; dai-me o poder de enternecer o coração de rocha do Espírito que vai expiar seus crimes. – Vai, respondeu-lhe o Mestre; vai, meu filho, esta lágrima bendita pode pagar muitos resgates.”

A doce criança partiu; chegou junto do criminoso no momento do suplício; o que ela lhe disse só Deus o sabe; o que se passou naquele ser transviado ninguém compreendeu, mas,abrindo os olhos à luz, viu desdobrar-se à sua frente todo um passado terrível. Ele, que o instrumento fatal não tinha abalado; ele,que a condenação à morte tinha feito sorrir, levantou os olhos e uma grossa lágrima, ardente como o chumbo fundido, resvalou de seus olhos. A essa prova muda, a testemunhar-lhe que sua prece tinha sido ouvida, o anjo da caridade estendeu sobre o infeliz suas brancas asas, recolheu aquela lágrima e parecia dizer: “Infortunado! sofrerás menos; eu levo a tua redenção.”

Que contraste pode inspirar a caridade do Criador! O mais impuro dos seres, nos últimos degraus da escada e o anjo mais casto que, prestes a entrar no mundo dos eleitos, a um sinal vem estender sua proteção visível sobre esse pária da sociedade! Do alto de seu poderoso tribunal Deus abençoava essa cena comovedora e nós todos dizíamos, rodeando essa criança: “Vai receber a tua recompensa.” A doce mensageira subiu aos céus, lágrima escaldante nas mãos e pôde dizer: “Mestre, ele chorou; eis a prova!” – Está bem; respondeu o Senhor; conservai essa primeira gota de orvalho do coração endurecido; que essa lágrima fecunda vá regar esse Espírito ressequido pelo mal; mas guardai sobretudo a primeira lágrima que esta criança me trouxe; que essa gota d’água se torne diamante puro, pois é mesmo a pérola sem mácula da verdadeira caridade. Narrai este exemplo aos povos e dizei-lhes: “Solidários uns com os outros, vede: uma lágrima de amor da Humanidade e uma lágrima de remorso obtida pela prece; essas duas lágrimas serão as pedras mais preciosas do vasto escrínio da caridade.”

Cárita

OS DOIS VOLTAIRES

(Sociedade Espírita de Paris, Grupo Faucherand – Médium: Sr. E. Vézy)

Sou eu mesmo, mas não aquele Espírito zombador e cáustico de outrora; o reizinho do século dezoito, que dominava pelo pensamento e pelo gênio a tantos soberanos, hoje já não tem nos lábios aquele sorriso mordaz que fazia tremer os inimigos e os próprios amigos! Meu cinismo desapareceu ante a revelação das grandes coisas que eu queria tocar e que não conheci senão no além-túmulo!

Pobres cérebros demasiado estreitos para conterem tantas maravilhas! Humanos, calai-vos, humilhai-vos diante do poder supremo; admirai e contemplai: é o que podeis fazer. Como quereis aprofundar Deus e o seu grande trabalho? Malgrado todos os seus recursos, a vossa razão não se aniquila ante o átomo e o grão de areia, que ela não pode definir?

Empreguei minha vida a procurar conhecer a Deus e seu princípio; minha razão se debilitou e cheguei a negar não a Deus, mas a sua glória, o seu poder e a sua grandeza. Eu o explicava desenvolvendo-se no tempo. Celeste intuição me dizia que rejeitasse tal erro, mas eu não escutava e me fiz apóstolo de uma doutrina enganadora... Sabeis por quê? Porque, no tumulto e na confusão de meus pensamentos, que se entrechocavam incessantemente,eu só via uma coisa: meu nome gravado no frontão do templo de memória das nações! Só via a glória que me prometia essa juventude universal que me cercava e parecia saborear com suavidade e delícia a quintessência da doutrina que eu lhe ensinava. Entretanto, impelido não sei por que remorso de minha consciência quis parar, mas era muito tarde. Como toda utopia, todo sistema que abraçamos nos arrasta; a princípio segue a torrente, depois nos arrasta e nos quebra, tão rápida e violenta é por vezes a sua queda.

Crede-me, vós que aqui estais em busca da verdade: encontrá-la-eis quando tiverdes expulsado do coração o amor aos ouropéis, que um tolo amor-próprio e um orgulho ridículo fazem brilhar aos vossos olhos. Não temais, na nova via por onde marchais, combater o erro e o abater, quando se erguer à vossa frente. Não é uma monstruosidade exaltar uma mentira contra a qual ninguém ousa defender-se, porque fizemos discípulos que ultrapassaram nossas crenças?

Como vedes, meus amigos, o Voltaire de hoje não é mais aquele do século dezoito. Sou mais cristão, porque aqui venho fazer-vos esquecer minha glória e vos lembrar o que fui na juventude e o que amava na infância. Oh! como eu gostava de me perder no mundo do pensamento! Minha imaginação ardente e viva percorria os vales da Ásia atrás daquele que chamais Redentor... Eu gostava de percorrer os caminhos que ele tinha percorrido. E como me parecia grande e sublime esse Cristo em meio à multidão! Julgava ouvir a sua voz poderosa, instruindo os povos da Galiléia,das margens do lago de Tiberíades e da Judéia!... Mais tarde, nas minhas noites de insônia, quantas vezes me ergui para abrir uma velha Bíblia e reler suas santas páginas! Então minha fronte se inclinava diante da cruz, esse sinal eterno da redenção, que une a Terra ao Céu, a criatura ao Criador!... Quantas vezes admirei esse poder de Deus, por assim dizer se subdividindo, e cuja centelha se encarna para fazer-se tão pequena, vindo render a alma no Calvário em expiação!... Vítima augusta cuja divindade eu negava e que, no entanto, me fez dizer:

Teu Deus que tu traíste, teu Deus que tu blasfemas,
Para ti, para o Universo, morreu nestes lugares!

Sofro, mas expio a resistência que opus a Deus. Eu tinha a missão de instruir e esclarecer. A princípio o fiz, mas o meu facho se me extinguiu nas mãos na hora marcada para a luz!...

Felizes filhos do século dezenove e do século vinte: a vós é dado ver luzir o facho da verdade. Fazei que vossos olhos vejam bem a sua luz, porquanto, para vós, ela terá radiações celestes e sua claridade será divina!

Voltaire

Filhos, deixei que em meu lugar falasse um dos vossos grandes filósofos, principal chefe do erro. Quis que ele viesse dizervos onde está a luz. Que vos parece? Todos virão repetir-vos: Não há sabedoria sem amor nem caridade. E, dizei-me: qual a doutrina mais suave para o ensinar, senão o Espiritismo? Nunca vos repetiria demasiadamente: o amor e a caridade são as duas virtudes supremas que, como diz Voltaire, unem a criatura ao Criador. Oh! que mistério e que laço sublime! Vermezinho, verme da terra, que pode tornar-se tão poderoso que a sua glória alcançará o trono do Eterno!...

Santo Agostinho

Allan Kardec

R.E. , maio de 1862, p. 216