Necrológio
Necrológio
SR. BERBRUGGER, DE ARGEL

Escrevem-nos de Sétif, Argélia:

“Decididamente, de algum tempo para cá a morte não deixa de castigar as nossas glórias nacionais. Quem as substituirá? Não nos inquietemos com isto! o futuro está nas mãos de Deus e a nova geração não será mais privada do que as que a precederam, de elementos capazes de garantir a marcha incessantemente progressiva das humanidades.

“Hoje a nossa capital deplora a perda do Sr. A. Berbrugger, conservador da Biblioteca de Argel, homem tão notável por sua profunda erudição, quanto pela urbanidade e elevação de seu caráter, por sua modéstia e simpatia quanto pela notável retidão de seu julgamento.”

O Sr. Berbrugger era, nos últimos treze anos, presidente da Sociedade Histórica Argelina e redator-chefe da Revista Africana. Fora de seus eruditos artigos, publicados mensalmente na Revista Africana, o Sr. Berbrugger é autor de vários tratados de Arqueologia muito solicitados; quando sucumbiu, acabava de dar uma última demão a uma pequena obra intitulada: Le Tombeau de la Chrétienne33, que recomendamos à atenção dos amadores. Além disso, era inspetor-geral dos monumentos históricos e dos museus arqueológicos da Argélia, membro de várias sociedades científicas, etc.

Suas aspirações filosóficas dele tinham feito, desde a origem do Espiritismo, um partidário esclarecido e profundamente convicto dos nossos princípios. Sua situação particular, as funções especiais de que estava investido o obrigaram a não participar de nenhum movimento senão com a mais extrema reserva. Todavia, ele mantinha uma correspondência muito assídua com o Sr. Allan Kardec e, tanto quanto possível, participava da propagação da Doutrina, fazendo chegar ao centro os documentos úteis ao desenvolvimento dos nossos estudos.

Não temos dúvida de que este eminente Espírito, hoje reunido ao do nosso venerado mestre, não terá entrado no mundo espiritual como num país desconhecido, e de que nele goze da felicidade reservada aos homens de bem.

Quando estiver plenamente consciente de sua nova situação, sentir-nos-emos felizes se se dignar a participar de nossos trabalhos e nos comunicar o resultado de seus estudos e observações.
R.E. , agosto de 1869, p. 349